SILVIO CIOFFI – ENVIADO ESPECIAL AOS EUA/IPW25
Com sua fachada em estilo neo-clássico guardada por um par de leões de bronze realizados pelo escultor Edward Kemeys, o Art Institut of Chicago, na avenida South Michigan, 111, não é só maior museu de arte da metrópole: é um “queridinho” dos moradores e dos visitantes.
Mas nem sempre foi assim. Quando da inauguração de sua sede atual, em 1893, Louis Sullivan e Dankmar Adler, dois dos mais ativos construtores da cidade, afirmaram que “a arquitetura da América recuava 50 anos.






Com um acervo de cerca de 400 mil obras, o museu ganhou uma ala nova em 2009, projeto arrojado em aço e madeira do arquiteto italiano Renzo Piano para abrigar obras de arte dos séculos 20 e 21Na conexão interna entre ambos os prédios, fica o vitral “America Windows’, obra magnífica do russo-francês Marc Chagall, realizada em 1977.Desde 2004, o Art Insitute of Chicago também está conectado aos adjacentes Millenium Park, parque monumental e contemporâneo de 100.000 m2, e ao teatro Jay Pritzker, sede de orquestras e obra metálica projetada pelo canadense-americano Frank O. Gehry.
OBRAS EXTRAORDINÁRIAS E MECENATO
Para além de arte americana, de impressionistas franceses e de pós-impressionistas, a coleção do Art Institute, uma das mais completas do mundo, tem ítens do Antigo Egito, da Roma Antiga, da ancestralidade asiática, mobiliário americano, esculturas contemporâneas e óleos dos principais artistas de todos os tempos.Dois quadros emblemáticos da arte dos EUA no século 20, “Nighthawks”(1942), de Edward Hopper, retratando a solidão numa cena urbana, com notívagos numa lanchonete ; e “American Gothic” (1931), de Grant Wood, mostrando um casal de fazendeiros do meio-oeste, são os “queridinhos” do público norte-americano. Há também obras bastante procuradas por esse público de autoria de Pollock, Sargent, Allbright e, principalmente de Georgia O’Keefe, considerada a “mãe do modernismo americano”.Mas a coleção do museu, além de infinita e pródiga, é multifacetada, abarcando, como já se disse, todos os períodos da história da arte e refletindo a generosidade de doadores privados.




O mecenato que ajudou a formar esse acervo fabuloso foi tão pródigo que, quando da construção de Modern Wing, as obras da reserva do museu já não cabiam na sede antiga.
Em placas, nomes importantes da cidade, como a família Pritzker, atestam que, nos EUA, bilionários se notablizam por doações importantes e generosas em prol da coletividade.
Um dos mais célebres doadores do Art Institute foi Martin A. Ryerson, que morreu em 1932, talvez o maior entre os doadores da instituição.
Advogado, empresário, filantropo e, logicamente, grande colecionador, Reyerson doou, em vida 227 pinturas, além de esculturas, objetos de arte e gravuras flamengas. Entre as obras, estão seis óleos de Renoir, 13 de Monet, além de quadros de Cézanne e Degas, de pinturas holandesas de mestres holandeses de várias épocas, caso de Rembrandt, Van der Weyden e Van Gogh.





UMA LISTA SEM PRECEDENTES
Dependendo da área de interesse do visitante, convém iniciar a visita pelo andar superior e ir descendo as escadas.
No andar térreo da ala antiga, há luminárias de Tiffany, móveis americanos, esculturas de Remington que aludem ao Velho Oeste, tipo de coleção que se convencionou chamar de “Americana”.
Já, de alto a baixo, há incontáveis obras-primas de pintores de todas as épocas da história da arte, caso de Veronese, Tiepolo, Constable e Turner, Delacroix, Van Gogh, Picasso, Modigliani, Léger, Klee, Magritte, Dalí, Miró, Mondrian, Matisse, Giacometti, Tolouse-Lautrec, Utrillo e Seurat.
Aliás, artista pós-impressionista francês Georges Seurat, que pintava com pontinhos coloridos, também tem sua obra “Um Domingo em La Grande Jatte” no acervo desse notável museu.


